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Earthships: autoconstrução sustentável

Earthships: autoconstrução sustentável
20 de Setembro de 2018
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Sustentabilidade e autonomia, essas são as duas premissas básicas quando nos deparamos com essa ideia inovadora do conceito de Earthships. Essa denominação dada as casas autossustentáveis, oriundas de estudos do arquiteto americano Michael Reynolds, são características de casas autônomas de sistemas centralizados.


Uma Earthship aborda seis princípios ou necessidades humanas: Aquecimento e resfriamento termo solar; eletricidade solar e eólica; tratamento de esgoto independente; construção com materiais naturais e reciclados; coleta de água e armazenamento a longo prazo e capacidade interna de produção de alimentos.


Este conceito de arquitetura e da forma de conceber uma residência começou a tomar forma nos anos 70. O arquiteto Michael Reynolds desenvolve a ideia de criar uma casa que fizesse três coisas: utilização de materiais nativos locais ou materiais reciclados sempre que possível; utilização de fontes naturais de energia e independentes; e por fim, seria viável construir por uma única pessoa mesmo sem habilidades de construção especializadas.


Earthships são projetados para coletar e armazenar sua própria energia e a maior parte da energia elétrica é colhida do sol e do vento. Painéis fotovoltaicos e turbinas de vento sobre ou perto da Earthship geram eletricidade que é armazenada em baterias que estão alojadas em uma sala especialmente construída no telhado. Energia adicional pode ser obtida de geradores movidos a gasolina ou integrando-se à rede da cidade.


A água usada é coletada da chuva, neve e condensação. Como ela se acumula no telhado, é canalizada através de um dispositivo de captura de sedimentos e em uma cisterna. As cisternas são posicionadas para alimentar por gravidade um módulo de organização da água que filtra bactérias e contaminantes, tornando-o adequado para beber. Os banheiros são lavados com água cinza que já foi usada pelo menos uma vez e que, normalmente, é filtrada de águas residuais de pias e chuveiros.


Essas casas ainda utilizam a digestão anaeróbica em seus tanques sépticos, que separam naturalmente os resíduos sólidos. A água “negra” é usada em células de concreto contendo plantas que fazem o processo de degradação dos resíduos orgânicos e são separadas das plantas de águas cinza em uma estufa.


Este tipo de construção é típico de locais inóspitos como vilarejos na África, patagônia, montanhas e alpes europeus, e lugares onde não há uma disponibilidade grande de recursos e os mesmos precisam ser controlados e de uso mais eficiente.


No Brasil esse tipo de construção possui similaridades com a permacultura e é desenvolvido principalmente em regiões do agreste nordestino onde os recursos, também, são escassos e a dificuldade das pessoas de sobrevierem a tal situação denota essa necessidade.


por Gian Franco Werner


Msc, Engenheiro e Perito Ambiental e engenheiro de Segurança do Trabalho 



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