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Análise do Ciclo de Vida de Edificações

Análise do Ciclo de Vida de Edificações
05 de Setembro de 2017
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Você sabe o que significa o “Ecoperfil” de uma Edificação? São as características sustentáveis totais de um empreendimento, que atestam o quão sustentável é o mesmo, a partir de diretrizes que denotam a sua responsabilidade em ter, não só ideologias sustentáveis, mas também atitudes consolidadas e implantadas no seu processo de concepção, planejamento, execução e operação final.


Ao se fazer uma análise da avaliação do ciclo de vida de edificações sempre é útil considerar os efeitos da edificação como um todo. Todos os materiais usados, desde a cadeia de produção até a sua utilização no empreendimento, sejam as vedações, materiais complementares, ou sistemas complexos de climatização, alvenarias e estrutura, podem afetar o “Ecoperfil” da edificação, causando o um maior impacto ambiental.


Primeiramente devemos diferenciar a Análise Ciclo de Vida a partir do LCC (Life Cycle Cost) que é a avaliação com base em custos financeiros, como o LCA (Life Cycle Assessment, and Sustainability) que está relacionado ao desempenho ambiental. O LCA é uma ferramenta para auxiliar a mensurar a performance ambiental de produtos, sistemas, instalações e edificações durante o seu ciclo de vida, em todas as fases de seu processo.


O processo do ciclo de vida de uma edificação deve necessita de uma avaliação da energia incorporada, mais conhecida como “Embodied Energy”. Este termo é utilizado para descrever toda energia necessária e utilizada para criar um produto, neste caso uma edificação. O fluxo de energia de uma edificação inicia na extração da matéria prima que resultara em todo o material usado na construção do empreendimento. Passa pelo transporte destes recursos e chega até a manufatura e desenvolvimento dos materiais da construção civil. Após esse processo, novamente existe a logística e transporte até os empreendimentos, que por fim serão utilizados na obra.


E agora, temos o edifício pronto e em operação, mas como avaliar sua energia? Este ponto é importante termos a consciência que toda a energia intrínseca neste edifício agora vai iniciar seu processo de perda, ou seja, após 5 anos serão trocados alguns materiais, em 10 a 15 anos serão feitas reformas e manutenções importantes, e assim o edifício vai recebendo doses homeopáticas de cuidados paliativos, até o ponto que o mesmo será desmontado, reciclado e descartado – neste caso podemos relacionar as fachadas ou partes de uma estrutura e não o edifício como um todo.


Mas como caracterizar, analisar e quantificar os impactos ambientais ao longo do ciclo de vida de um produto ou edificação? Quem nos responde a esta indagação é a norma ISO 14040 (Avaliação do Ciclo de Vida – Princípios e Estrutura) e 14044 (Avaliação do Ciclo de Vida – Requisitos e Diretrizes) que possui 4 etapas com definições e diretrizes para uma correta avaliação.


A primeira etapa é o objetivo e escopo do período de estudo. Nesta etapa a equipe envolvida no projeto deve determinar os objetivos da avaliação do ciclo de vida investigando os impactos ambientais de cada um dos sistemas e processos da edificação.


A segunda etapa contempla a análise do inventário. Neste segundo momento tem-se a coleta de dados sobre os materiais e seus efeitos no meio-ambiente após a sua implementação no edifício e seu uso pelos moradores, no ambiente em que ele está inserido.


A terceira etapa é a avaliação dos impactos. Este processo caracteriza-se pela classificação, caracterização, normalização, agrupamento e ponderação e finalmente interpretação dos dados coletados no processo geral de funcionamento em forma escalonada em todo o período proposto de vida do edifício.


Por fim, temos a Interpretação, a última etapa, que trata da conclusão de todo este processo com avaliação para a tomada de decisão quanto aos produtos, fornecedores e a melhor forma de operação e manutenção da edificação.


por Gian Franco Werner



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